quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Imagine ter o mesmo computador a vida inteira

Você não ia querer trocar sempre que pudesse por um mais atualizado?
Imagine se você não pudesse jamais formatar seu computador.
Você se lamentaria cada vez que lembrasse que instalou softwares indesejados que agora só fazem pesar.
Imagine que por mais que você deletasse os softwares, corrigisse os erros do sistema e desfragmentasse o disco o computador nunca se comportaria igual ao momento em que o ligara pela primeira vez.
Você tomaria todo o cuidado examinaria e re-examinaria cada nova opção, cada janela de pop-up e cada termo de consentimento seria cuidadosamente lido evitando assim cliques inconsequentes que levem a fins desastrosos.
Mas se num momento você estivesse com sono ou estivesse sem paciência ou mesmo que não tivesse tempo para passar o antivírus no pen-drive ao copiar um arquivo por ter que devolvê-lo logo.
Seria complicado.
Você gastaria dinheiro com softwares remediadores caso não encontrasse as chaves de acesso na internet?
E se um dia o computador sucumbisse, não quisesse mais trabalhar pra você por estar com o HD lotado ou por estar completamente infectado ou mesmo por você ter tentado abrir várias janelas de uma vez.
E se mesmo tendo feito todo o possível, tendo excluído todos os arquivos passado todos os antivírus indicados, os problemas persistissem.
Você seguiria com este computador?
Os avanços tecnológicos, novos computadores no mercado e softwares desejados, porém incompatíveis com sua máquina, fariam você ter inveja de outras pessoas?
E se um dia ele resolvesse não ligar, mas que mesmo lento e com um pouco de insistência ele voltasse a funcionar no outro dia?
Chegaria um ponto em que a convivência com esta máquina bestial ultrapassada se tornaria surpreendentemente insuportável.
Haveria então algum motivo para continuar com ela?

Computadores não tem sentimentos.

2 comentários:

  1. O homem ainda não conseguiu superar Deus. Não acredito que conseguirá. Nosso corpo tem limites, nosso sistema é frágil. Estamos à mercê do fim. No entanto, por mais revolucionária que tenha sido esta grande invenção (o computador), ela nunca conseguirá dispensar reparos e reformulações. A tecnologia não é perfeita, e talvez isso não passe de uma estratégia do sistema capitalista para eternizar essa dependência da renovação.

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